terça-feira, 25 de setembro de 2007

Posse Responsável

Você já deve ter notado a enorme quantidade de animais que estão perambulando pelas ruas. Isso ocorre porque há uma superpopulação de animais, e a responsabilidade é toda do ser humano. Foi o homem que trouxe cães e gatos para esse convívio estreito que se vê hoje em dia.

O problema é realmente sério: animais soltos podem atacar pessoas e outros animais; podem transmitir uma série de doenças ao ser humano (mas o ser humano também transmite uma série de doenças aos animais...); podem ser atropelados; podem causar acidentes involuntários; podem atacar ciclistas e corredores; podem sofrer abuso, serem maltratados, se infectarem com doenças venéreas, serem mortos e, neste caso, seus corpos representam fonte de contaminação e podem entupir bueiros e atrapalhar a passagem em ruas e calçadas... a lista é grande.
Animais soltos são um problema de saúde pública e social de cada cidade; animais abandonados representam e traduzem a educação de um povo. Porém, como resolver esse problema?

Na realidade, o problema não são os animais, mas seus proprietários ou tratadores, que os soltam nas ruas (ou os deixam soltos), que os alimentam e que os tratam, mas que não querem assumir a responsabilidade total pelo animal.

A POSSE RESPONSÁVEL atende a essas preocupações e elimina o problema: se o ser humano for responsável ao adotar e só adotar caso se encaixe totalmente no perfil abaixo. Alguns conceitos são fundamentais quando decidir adotar:

1. Antes de adotar um animal, verifique se TODA a família está de acordo; caso contrário, NÂO adote;
2. NÂO DÊ animais de presente: tem que ser uma escolha consciente da pessoa que vai adotá-lo, e não algo imposto;
3. NÂO adote um animal de uma determinada raça só porque está na moda: a moda passa...
4. Lembre-se que o animal é um filhote fofinho agora, mas que vai crescer rapidamente: precisa de espaço e alimentação balanceada e de boa qualidade;
5. Lembre-se que enquanto é filhote ele precisa de visitas periódicas ao médico veterinário e de atenção constante;
6. Lembre-se, e lembre a sua família, que todo animal vivo faz xixi e faz cocô, e verifique quem vai se responsabilizar pela limpeza do local;
7. Todo animal necessita de um espaço para brincar no sol da manhã; de uma casinha protegida do sol forte, do vento e da chuva; de tempo para si mesmo e de tranqüilidade;
8. Não adote só porque é de graça: é uma vida e não um brinquedo!
9. Não adote por entusiasmo;
10. Pense no seu espaço e tempo disponíveis para dedicar ao animal, entre brincadeiras, educação, e idas ao veterinário;
11. Lembre-se de que à noite o filhote vai chorar, porque acabou de ser separado da mãe e dos irmãos (imagine como você se sentiria se isso acontecesse a você quando tinha 2 anos de idade) e verifique se todas as pessoas da sua família estão conscientes disso;
12. Tem que ter disponibilidade financeira para levar o seu amiguinho ao médico veterinário sempre que necessário, lembrando-se de vaciná-lo todos os anos, até o fim da vida dele, com uma vacina polivalente (V8) e uma contra raiva;
13. Se, por qualquer motivo, for necessário se desfazer do seu animal, procure um novo dono com cuidado e entre as pessoas que saibam e assumam a posse responsável;
14. Nunca o abandone (abandono de animais é crime, além de ser desumano);
15. Nunca deixe o seu animal solto nas ruas, nem quando estiver sob sua vigilância;
16. Quando levá-lo a passear recolher sempre suas fezes em saco plástico apropriado;
17. Mantê-lo sempre com coleira e guia quando sair às ruas;
18. Não permita que morda ninguém sociabilizando o animal desde filhote;
19. Promova sempre o bem-estar do animal em todas as ocasiões;
20. Quando for viajar leve-o junto ou convoque alguém para que cuide dele e de sua alimentação;
21. Mantenha o local onde ele fica e sua casinha sempre limpos;
22. Mantenha sempre água fresca sempre à disposição dele;
23. Evite as crias indesejadas esterelizando o seu animal, macho ou fêmea (não, o temperamento do seu animal não vai mudar!);
24. Eduque as crianças para respeitar o animal, não batendo, chutando, torcendo, puxando ou ainda jogando-o de escadas e de janelas;

Quem adota ou cuida de um animal precisa saber que ele é uma vida e não um brinquedo. Não se pode guardá-lo no armário ou jogá-lo na rua quando cansar de brincar com ele!

Pense bem antes de assumir a responsabilidade por uma nova e dependente e indefesa vida. Este é trabalho que depende de vários fatores, e o principal é o novo proprietário, porque é quem vai conviver com o animal por no mínimo 10 anos, suprindo as mesmas necessidades de uma criança pequena, em uma relação de dependência extrema.

Quando for adotar, é obrigatória a apresentação do RG, de um comprovante de residência, ser maior de 18 anos e assinar um Termo de Responsabilidade onde fica explícito que não pode se desfazer, dar, vender, soltar, perder, abandonar, deixar fugir, maltratar; assume toda a responsabilidade por sua educação e bem-estar, o que inclui manter suas vacinas em dia e a placa de identificação na coleira, de acordo com a Lei Federal nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998 e com a Lei Municipal nº 13.131/01 de 18 de abril de 2001.

Texto de autoria da Dra. Rosana Simon Halasz
Fonte: www.casadocaoegato.com.br

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